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sábado, 1 de dezembro de 2012


Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça evidenciam como um bando tramava a morte de policiais em São Paulo. As gravações foram divulgadas nesta madrugada pelo Jornal da Globo.

Envolvido em uma das escutas telefônicas está Leandro Rafael Pereira da Silva, conhecido como "Léo Gordo", preso no dia 14 deste mês. Em depoimento à Polícia Civil, ele disse que a facção deu dez dias para que ele matasse cinco policiais. Essa era a condição para que ele tivesse dívidas perdoadas.

As escutas telefônicas apontam como foi planejada a morte de Flávio Adriano do Carmo, 45, policial do 3º Batalhão de Choque. Ele foi morto no dia 13 de outubro em uma padaria no Jardim São Luis, zona sul de São Paulo.

Na gravação interceptada, Léo Gordo telefona para um comparsa e diz ter ido até a padaria onde estava a vítima, mas que tinha dúvidas se a pessoa que estava lá era realmente o policial militar marcado para morrer.
Reprodução/Polícia Civil
Polícia prende Leandro Rafael Pereira da Silva, o Léo Gordo, 28,suspeito de ordenar mortes de PMs em SP
Em depoimento à Polícia Civil, Léo Gordo disse que recebeu ordens do PCC para matar policiais em SP

Léo Gordo: "E aí, criança... O bico tá aqui, mas nós não sabe se é ele... Tem que ver um cara conhecido porque ele parece..."

Comparsa não identificado: "Eu vou ligar pro 'Japa' pra ver".
Cerca de trinta minutos depois, outro comparsa liga e diz que o grupo saiu do local porque há policias na região.

Comparsa: "Nóis tava tudo lá agora. Voltamo sabe por que? Tá tendo um comando... os cara tá enquadrando quem desce e quem sobe lá, tio..."
Em outro momento, mais uma vez eles pedem ajuda para identificar a vítima.

Comparsa: "Fala pra encostar e mostrar pra nóis. Tá suave. Nóis tá na bala. Nóis tá tudo por perto..."
Neste trecho, um comparsa fala de um carro usado pelo bando.

Comparsa: "Tô aqui no morro (...), mas o carro só tá adulterado a placa. Não tá trocada não".
Perto das 18h, Léo Gordo liga e diz que todos estão prontos para atacar.

Léo Gordo: "Tá todo mundo aqui... Chegou dois carros... Um tá com a placa trocada e o outro..."
Léo Gordo liga para perguntar se outro comparsa está chegando para poder pegar as armas e concluir o ataque ao policial.

Léo Gordo: "Nóis vai pegar a grandona (metralhadora) e uma pista (pistola)... e aí vai pegar as outras (armas) que tiver lá e descer e concluir".
Um dos comparsas desistiu de participar, segundo a polícia, mas Léo Gordo liga e mantém o plano de assassinar o policial.

Comparsa: "Ele foi com quem?"

Léo Gordo: "Não sei com quem ele foi. Veio de moto, sei lá. Deu um perdido em nóis, tio. Mas nóis vai na bala, irmão".

Comparsa: "É isso".
Com o crime executado, Léo Gordo liga para uma pessoa não identificada e confirma que o policial militar foi morto.

Léo Gordo: "Já era... tudo tranquilo. Falou".

Comparsa: "Até mais, então".
As escutas telefônicas devem ajudar a polícia a identificar os comparsas envolvidos na morte do policial Carmo e de outros PMs em São Paulo.

OCORRÊNCIA

Flávio Adriano do Carmo, 45, estava de folga quando quando foi morto a tiros de fuzil em uma padaria no Jardim São Luís, zona sul, na noite do dia 13 de outubro.

De acordo com a polícia, um Fox com dois ocupantes parou em frente à padaria, na rua José Barros Magaldi, 1.180, por volta das 21h. Um deles desceu com um fuzil e disparou contra o policial. O PM foi atingido no tórax e na cabeça.

Carmo chegou a ser socorrido ao pronto-socorro do Campo Limpo, mas não resistiu aos ferimentos. O oficial, que estava na PM desde 1996, pertencia ao 3º Batalhão do Choque. Ele era casado.

O caso foi registrado no 92º DP (Parque Santo Antônio). Ele foi o 84º PM morto desde o começo do ano.

Em um vídeo gravado pela Polícia Civil no dia da prisão de Léo Gordo, ele assumiu ter ordenado os crimes contra policiais militares e de ter participado do assassinato de Flávio Adriano Carmo. Ele também disse que passou a gerenciar o tráfico de drogas no Campo Limpo, na zona sul, no fim de julho.

Fonte: Folha de São Paulo - 01/12/2012

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